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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Quadrinho brasileiro


 

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Feirão das HQs e Argcast "Orgulho da prateleira nacional"!!

Em tempo, meus amigos e amigas, DOIS recados urgentes!!

Primeiro, quem mora em Porto Alegre e arredores (especialmente na zona norte e zona sul também tá convidada!) estarei neste sábado (19/05), mais uma vez no FEIRÃO das HQs agora no Shopping Lindóia (Av. Assis Brasil, 3522 - Jardim Lindoia), vendendo meus gibis Debiloid's e outros trabalhos e ainda desenhando pra galera.
Mas não serei o único na roda, outros artistas estarão lá, vejam a imagem e prestigiem.





E não é só isso, andei participando com minha voz garbosa de mais um ARGcast!!


Eu divido a "mesa" com Daniel HDR, Ivo ´Hell´ Kleber, Sandro Hojo e Julio Cruz e separamos e comentamos alguns de nossos ORGULHOS NACIONAIS DA PRATELEIRA .
Dos quadrinhos sob licenciamento até produções 100% brazucas, ouça o episódio e acompanhe as mais de 70 imagens e constate que este episódio pode ser tanto um ORGULHO DA PRATELEIRA quanto (para alguns) um EU GOSTO DESTA MERDA.

Ouçam!!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Problemas da Criação #11



Quadrinho nacional parte04


Heróis da resistência
Por Rogério DeSouza

Há um pouco mais de dois anos , criei este blog onde coloco minhas tiras e histórias em geral periodicamente.

O que ganhei com isso?
Pessoalmente acho que ganhei um meio de continuar produzindo histórias, falar um pouco de tudo e expor meu trabalho para todo mundo.

Mas financeiramente não ganho literalmente nada.

Daí vão me questionar:

Por que não enviei meus personagens para alguma editora publicar?
Bem, pelo simples fato de que apesar de possuir material próprio, não tenho o suficiente para lançar algo com qualidade para ser publicável em bancas ou livrarias no momento. E claro que, somam-se a isso problemas pessoais e estratégicos aos quais espero contornar. Tenho um emprego sim, seguro e remunerado, graças a Deus e faço de tudo para que isso não interfira nos meus desenhos.

Por não ganhar basicamente nada pelas minhas criações vocês devem se indagar o porquê de continuar. Quando a satisfação de meus desenhos e histórias vai acabar numa obrigação e em seguida resolva acabar com meu blog?

É cedo para dizer isso. Espero que isto nunca aconteça comigo e a outros amigos.

Já falei várias vezes aqui que é difícil viver de quadrinhos no Brasil. Mas há artistas que resistem de um modo ou de outro fazendo fanzines ou publicando na web.

Os fanzines são uma maneira de expor seu trabalho para mais pessoas (além de sua mãe, Ehehehe...) você pode vendê-lo para as pessoas através de correspondência, como fez Renato Guedes com seu Almanaque Meteoro ou se você for amigo do dono da banca da esquina, poderá colocá-lo lá também. Geralmente, para fazer suas tiragens, o fanzineiro recorre a gráficas expressas (ou Xerox), mas é possível dependendo da tiragem, fazer seu fanzine numa grande gráfica o que pode garantir qualidade do material.
Fazer acordo de publicidade com a gráfica ou ter patrocínio é uma boa maneira para baratear os custos.

Tenho o conhecimento de muitos artistas iniciantes que fazem fanzines de boa qualidade gráfica, como é o caso do Estúdio Teatro de Nanquim que fez dois números belíssimos do Alexandria. Sem falar de outros como Vrill de Marcio Cabreira, Raffe de Daniel Dias, 25 de Julho de Diego Moreira, Jeferson Cardoso e outros.
Um dos mais antigos que conheço é o Quadrante Sul, que desde o ano passado lançou seu quarto número depois de 20 anos.


Claro que esses que eu citei não são muito reconhecidos pelo grande público, mas eles continuam na labuta, a duras penas, mas continuam.
Iniciativas como as do Quarto Mundo, uma cooperativa de artistas independentes (já citados aqui aliás) é um notável exemplo a dedicação ao trabalho autoral que criou um método alternativo para distribuição destes trabalhos pelo país. Fora ela, a Júpiter 2, tem ajudado com demais artistas obscuros.

Pela internet a coisa é mais expressiva, principalmente com as webcomics. A tecnologia desse meio permite maior exposição ao público em geral. São muitos blogs e sites aos quais inúmeros artistas colocam sua cara a tapa para uma parcela de pessoas muito maior.

Tenho acompanhado trabalho do pessoal do site HQ nado que periodicamente publica HQs virtuais. Abriga histórias tanto de heróis e outras com leve estilo manga.
Cartunistas são bem comuns nesta área, já que a produção de uma tira é mais rápida em matéria de estrutura.
Temos quadrinhos tipo Homem Grilo (Cadu Simões), Magias & Barbaridades (Fabio Ciccone), Espedito (Ricardo Jaime), Fandangos Suicida (Guilherme Bandeira), Mundico (Takren), Nem Morto (Leo Finocchi e Bart Rabelo), Levados da Breca (Wesley Samp) e muitos outros.
Algumas vezes, esses artistas se juntam para fazer brincadeiras entre os blogs tipo este último da Copa do Mundo em que participei.

Em suma, nós não estamos ficando ricos ou famosos, mas pelo menos não paramos. Podemos não ser muito bons em desenho ou roteiro, mas estamos ai, apesar de tudo.

Você que esta iniciando na arte de fazer histórias, digo que não sou do tipo mais apto a dar conselhos, mas darei.

Se você tem uma história com começo, meio e fim pronta, publique.
Se criticarem negativamente seu trabalho, respire fundo. Não seja arrogante, reveja o que fez e continue.
Se você não sabe desenhar e quer fazer gibis, escreva. Se não achar um desenhista, faça um livro. É literatura, mas é um começo.
Se você só sabe desenhar, desenhe. Tenha um portifólio ou galeria.
Se tiver problemas financeiros, domésticos, etc... Espere passar, mas não pare.
Leia, faça cursos, pratique, seja critico com você mesmo, ouça profissionais, mas nunca pare.

O mais importante de tudo é não parar nunca. (Cara... Como sou redundante... Desculpem...).

Digo isso tudo, pois lamento ver pessoas mais cultas, determinadas e talentosas do que eu largarem tudo assim. Como criaremos um cenário para podermos trabalhar em quadrinhos no Brasil se não respeitamos nosso trabalho e o trabalho alheio? Como conseguiremos nosso espaço se achamos tudo ruim e não educamos para melhorar? Como poderemos nos desenvolver como quadrinistas se não tentarmos?

Pois é, fica a questão.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Problemas da Criação #08


O quadrinho brasileiro parte03


De fora para dentro
Por Rogério DeSouza

No programa Roda Viva da rede Cultura, assisti uma entrevista com a dupla de artistas Gabriel Ba e Fabio Moon que fizeram relativo sucesso no concorridíssimo mercado internacional das histórias em quadrinho, ganhando diversos prêmios.
Como resultado, ganharam destaque na mídia e pela primeira vez uma minisérie um título totalmente feito por artistas brasileiros é lançado lá fora chamada Daytripper, publicada pelo selo Vertigo da DC comics.
Quem diria... Voltando mais no tempo, quando freqüentava a falecida comic shop Planeta Proibido, me lembro de ver a capa de um pacato fanzine chamado Dez pãezinhos ao qual achava superior demais para minha leitura na época, mas sempre me fisgou um pouco de curiosidade sobre a criação de BA e Moon.
Fico muito contente em ver coisas assim. E senti muito orgulho em vê-los tão evidencia hoje, fazendo um trabalho realmente bom e honesto.
Mas essa fama deles se deu por uma simples questão: Fazendo trabalho fora do mercado nacional.

Isso ai amiguinhos, nossos heróis tiveram que sair de sua pátria para conseguirem trabalhar com quadrinhos e terem o devido reconhecimento. Mas os gêmeos não foram os primeiros e nem serão os últimos (espero!).
Desde final dos anos 80 e inicio dos anos 90, desenhistas brasileiros têm conseguido trabalho fora do país, para editoras americanas e de outros países.
Com o uso de agenciamento e indicações, estes artistas entraram em evidência, chegando a fazer desenhos de personagens muito conhecidos das editoras Marvel e DC.
Um dos nomes nacionais mais conhecidos lá fora é o de Mike Deodato Jr. (ou Deodato Taumaturgo Borges Filho) que chegou fazendo trabalhos para editoras menores, até chegar na Mulher Maravilha cuja sua estilização da figura feminina chamou muita atenção na época. A partir daí fez trabalhos para Image e mais tarde para Marvel onde se fixou. Fez desde Elektra até Vingadores, Hulk e Homem Aranha.
Paralelo a ele temos nomes como Roger Cruz, Marcelo Campos e Luke Ross (Luciano Queiroz), esses três últimos, tive o privilégio de conhecer quando passaram pela capital gaúcha, por intermédio do curso ministrado pelo amigo e professor Daniel HDR, que também faz trabalhos para fora em títulos como Lady Death e X-men.

É inegável que embora os anos 90 tenham sido conhecidos como “era Image” foi um período produtivo para artistas que trabalham com quadrinhos. Com a fama desses artistas houve grande incentivo por parte dos iniciantes que começaram a freqüentar cursos, criar fanzines e buscar seu espaço no meio.
O fato chegou a chamar a atenção do mercado nacional onde tiveram tentativas de títulos que não se consolidaram como Linha de Ataque, Terra 1, U.F.O Team e outros menos expressivos.
Para trabalhar neste meio é muito difícil, o artista tem que se dedicar, praticar, aceitar criticas, aceitar prazos insanos, passando até noites acordado. Isso tudo se você conseguir um agente, um contato com grandes editoras, se não for dessa forma, aprenda inglês e parta com sua pasta cheia de páginas para as convenções americanas. Foi o que fizeram esses desbravadores, VARIAS vezes engolem muito sapo como, acreditem ou não, serem chamados de “traidores” o que estas pessoas não entendem é que literalmente não há mercado para HQs por aqui, tirando o Maurício de Sousa, um artista não pode viver só de quadrinhos no Brasil e é por isso que eles tem que ir para onde isso é viável.
Claro que com a experiência que eles adquirem lá fora, conseguem finalmente produzir coisas aqui dentro como álbuns independentes ou administram cursos de histórias em quadrinho formando assim novos artistas.

Hoje em dia, temos muitos artistas espalhados pelas editoras americanas e de outros países, fazendo o que gostam, entre eles estão:
Renato Guedes, Ed Benes, Ivan Reis, Eddy Barrows, Rafael Grampá, Joe Prado, Marcio Tanaka, Rodney Buchemi, Adriana Melo, Joe Bennet, Rafael Albuquerque, Eduardo Pansica e outros.


Abaixo vou colocar links de depoimentos destes artistas e dicas a respeito do assunto.

http://www.hcast.com.br/hcast/index.php/ep-13-desenho-e-arte-final/

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/04/16/podcast_mdm_68_mdm_entrevista_eddy_barro/

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/03/19/podcast_mdm_64_duas_geracoes_de_desenhis/

http://www.argcast.com/#/podcast/049-especial-garotas-nos-quadrinhos/

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=313

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=594


http://www.bigorna.net/index.php?secao=entrevistas&id=1246015546

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u43087.shtml

http://omelete.com.br/quadrinhos/revista-destaca-cinco-desenhistas-brasileiros-em-ascensao-nas-hqs-dos-eua/

terça-feira, 30 de março de 2010

Problemas da Criação #06



O Quadrinho brasileiro parte02

O Super-heroi brasileiro

Por Rogério DeSouza

Voltando ao assunto do quadrinho nacional, aquela discussão que falei, no inicio da coluna anterior, lembram? Pois bem, o tema em pauta era exatamente sobre o “super - herói brasileiro”.
Bom, vou ser suscito neste assunto. Eu acredito em super - heróis brasileiros, assim como acredito em super – herói japonês, Russo, Mexicano, Argentino (Não!! Esse deve ser vilão! Eheheheheh...) etc. O problema reside numa cultura depreciativa que vejo neste ponto:

Enquanto os Americanos acham que estão no melhor país do mundo, os brasileiros acham que estão no pior país do mundo. Nossa cultura supervaloriza nossa posição economicamente inferior diante de países de primeiro mundo.
Um exemplo é o caso de Marcos Cesar Pontes, o astronauta brasileiro. Quantas piadas referentes a isso já não ouvi? A idéia de um “astronauta brasileiro” é tão impensável quanto gato começar a latir, independente de qual seja a missão do cara na estação espacial. Será que podemos mudar este pensamento? Sinceramente, não sei.

Mas falando de super – heróis, o primeiro herói brasileiro ao qual tive contato foi o Capitão 7, quando tinha uns seis/sete (olha só!) anos. Era época de Natal, meu irmão mais velho ganhou uma fantasia de Homem – aranha e meu primo do Capitão America eu queria escolher a minha, foi quando vi na vitrine da loja aquela fantasia toda estilosa com detalhes legais com um escudo escrito “Capitão 7” .

Caramba! Esse sou eu!!

Mas nunca ouvira falar desse heroi antes, mais tarde soube que ele foi criado para um programa de TV infantil dos anos 50 na TV Record, interpretado pelo ator Ayres Campos. Então enchi o saco da minha mãe para me dar aquele uniforme... Puxa! O escudo de plástico do Capitão 7 enfeitou a porta do meu quarto por mais de dez anos.

Como você leu, eu nem sabia que ele era brasileiro e me perguntava o porquê de não vê-lo em bancas ou coisa parecida. Anos mais tarde acabei sabendo mais sobre este personagem e por conseqüência os problemas dos quadrinhos nacionais.
O que seria preciso para um herói brasileiro emplacar? É difícil dizer, isso cai no que falei anteriormente sobre qualidade do material publicado, muitos dos que criam heróis aqui muitas vezes pecam ou no roteiro ou na arte (senão nos dois) afastando os leitores mais exigentes.
Eu proponho algumas alternativas:

Nunca levante bandeiras de maneira agressiva, não jogue na cara de um sujeito, um leitor assíduo de Superman e Cia, que o personagem é brasileiro como se ele fosse obrigado a ler só porque foi feito em sua pátria. Não exagere no patriotismo, deixe o leitor curtir a história.

Tenha idéia de que se você faz um herói no Brasil leve em consideração a ambientação, principalmente se quiser fazer algo “realista” ou próximo disso. Se for assim considere um Brasil alternativo ou coloque a trama num futuro próximo, exponha isso ao leitor.

Não cometa os mesmos erros de fora. Tá certo que pegamos referencia dos quadrinhos americanos, mas também não precisamos desenhar como Rob Lifield ou escrever como Jeff Loeb (atualmente um roteirista muito criticado)...

O personagem não precisa ser um brasileiro ou morar no Brasil, é contraditório, mas o personagem Tex é um Ranger americano e foi criado por uma editora italiana fazendo sucesso por anos. Se você acha que o governo brasileiro não tenha capacidade financeira de construir ciborgues, fazer experiências, genéticas, nucleares, possuir agencias de espionagens ultra-secretas e qualquer outra coisa, ambiente a trama em outro país ou crie um.

Admita suas referencias, se você criou um personagem levemente parecido (não uma cópia) com o Batman, admita isso. Dá menos dor de cabeça com certeza, afinal qualquer vigilante mascarado que você faça vai ser cópia do Zorro assim como qualquer cara que voe e tenha super força tenha algo do Superman. Sátiras são bem vindas nesta questão.

Sei que muitos acreditam que na HQB não há espaço para esse tipo de gênero, tão comum nos quadrinhos o que me faz tanto questionar esta aversão. Creio que temos profissionais capacitados para investir em super-heróis Made in Brazil, basta apenas termos boas histórias e rendimentos.
Enquanto isso, os que ainda acreditam trabalham de forma independente, tentando ganhar seu espaço, fazem seus fanzines ou publicam na web como verdadeiros heróis, solitários, subestimados e até odiados, mas continuam na luta diária, mesmo apanhando pra cacete...

Abaixo coloco o link do blog do artista Lancelot que esta catalogando todos os herois brasileiros de todas as épocas. Uma boa iniciativa.

HQ quadrinhos


Voltaremos ao assunto de quadrinhos nacionais em outro momento. Até.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Problemas da Criação #05


O quadrinho brasileiro parte01
Por Rogério DeSouza

Ha quase um mês, estava zapeando nos sites onde costumo ler noticias e outras bobagens, quando me deparo com uma matéria do site “Melhores do Mundo.net” sobre um suposto plágio de antigos heróis brasileiros por editoras americanas há décadas atrás. A matéria questiona a veracidade da história e de seu autor. O assunto se estendeu nos comentários em seguida causando furor e textos longos. Aquela discussão havia me instigado a pensar sobre o quadrinho nacional.

Como disse nos comentários de lá, creio que o gênero HQB seja todo e qualquer quadrinho que esteja sendo produzido aqui, pois somos tão influenciados externamente seja comics, europeu ou mangá, que é difícil tirarmos uma referencia de nós mesmos. Se considerarmos isso independente do gênero de história nós estamos produzindo HQs nacionais.

Uma questão que sempre me perseguia é por que nosso quadrinho, não emplaca? Ah, sim! Mauricio de Sousa é uma grande exceção neste cenário trágico do quadrinho nacional.

A palavra “trágico” é um pouco alarmista, mas ilustra bem o que esta acontecendo com um gênero que esta se estagnando frente a outras mídias. Relegando algumas revistas a poucos números antes de serem canceladas ou não passando da primeira edição.

Muitos atribuem isso a qualidade dos trabalhos feitos e até certo ponto, concordo com isso, pois o artista independente geralmente é amador. Não basta apenas saber desenhar, fazer um gibi exige saber fazer uma boa diagramação, ortografia nos textos, sempre revisar o trabalho, imprimi-lo, etc. Eu mesmo sofro um pouco pela minha pouca habilidade em montar um gibi de maneira decente.

Outro fator seria a distribuição das revistas. Há editoras grandes que possuem tal aparato, mas não investem ou deixaram de investir em quadrinhos. Enquanto aos pequenos editores têm que se virar. Muitos estão dando um jeitinho para burlar isso, um desses são o pessoal do 4º mundo, que tem ajudado bastante trabalhos independentes.
Também temos a frieza do público brasileiro em relação ao que é produzido em seu país. O motivo seria atribuído ao que eu disse sobre qualidade, as pessoas (em grande parte dos leitores assíduos de quadrinhos) não perdoam amadorismos, como conseqüência se fecha para boas obras independentes. Também ha o ingênuo pensamento de que tudo que vem de fora é melhor. Lembrem-se, nem todos pesam assim, mas esta parcela é pequena.

Falta de incentivo pesa, pois o artista no Brasil, em sua maioria não pode viver deste oficio integralmente. O que poderia ser um trabalho mais profissional acaba se tornando algo próximo de um hobbie, tendo todo seu tempo hábil disponível a outras tarefas e menos tempo para concluir qualquer projeto que vingue.

As grandes editoras tem certa parcela de culpa por seu receio típico de experimentação, em contrapartida não podemos condená-la por isso, pois ela se sustenta basicamente de vendas e se o gibi não vender é prejuízo. Com isso lamentavelmente não dá espaço para inovações.

Algumas editoras menores publicam trabalhos em formato álbum para livrarias. O único seguimento que consegue periodicidade nas bancas são os infantis, especialidade de Mauricio de Sousa, é claro. No entanto a Turma da Mônica é o único que se sustenta no mercado atualmente com regularidade.

Em minha opinião, a solução pode ser:

Criar um meio de distribuição barato e acessível.

Pensar no seu trabalho como um álbum para livrarias e comic shops.

Cooperação entre artistas é importantíssimo no processo, nem que seja apenas para terem um contato no meio.

Criar um mercado, ai é muito difícil. Tudo dependeria de uma massiva campanha de marketing e um trabalho profissional e de qualidade.

A internet, que é um lugar prolixo para artistas que queiram mostrar sua arte (vide o cara que vos escreve!) então é um bom lugar para começar. Scott McCloud autor de “Desvendando os quadrinhos”, profetiza em seus livros que os quadrinhos digitais são o caminho, pois a internet abrange o público global.

Os estudiosos no assunto prevêem que o gibi de banca como mídia rentável acabará em detrimento de vários fatores, se tornando um artigo de luxo para livrarias. O que pode sobrar nesta área é apenas HQs infantis. No momento em que você, jovem artista brasileiro resolver querer fazer quadrinhos, tenha isso em mente, mas não se abata, continue. Talvez você mude este cenário.
Falaremos mais sobre HQ nacional a seguir.